jueves, 11 de junio de 2009

Brasil: Entrevista com os organizadores do III Festival de Futebol Antifascista realizado em São Paulo

Skinheads Anarquistas e Comunistas - Sessão São Paulo

1) Quem são os responsáveis pela criação do Festival de Futebol Antifascista aí de São Paulo/SP?

Bem, na verdade após estar dando uma olhada na internet sobre algo relacionado ao tema, me surgiu a idéia de organizar um festival deste tipo, convidando todos as pessoas / coletivos / grupos antifas que temos contato para participar. Porém, a princípio trouxe apenas para mim a responsabilidade da organização e depois mais outra pessoa entrou pra me ajudar. No desenrolar dos preparos, ainda na fase inicial, percebemos que não tinha como esse não ser um evento do RASH, até mesmo por que já tivemos duas edições anteriores deste festival e então uma terceira edição seria muito mais atrativa, onde tentaríamos seguir a mesma linha dos anteriores, porém com algumas mudanças e novidades. Portanto, podemos dizer: "esse é mais um evento do coletivo RASH-SP, que aconteceu com a colaboração de todos".

2) Algum outro festival do tipo, os influenciaram na criação do FESTIVAL criado por vocês?

Durante os últimos anos organizamos uma série de eventos (churrascos, gigs, futebol) que serviram para unir, trazer um pessoal para o nosso lado e principalmente expor as idéias do coletivo RASH SP, esse é o principal objetivo do festival. O lance do futebol em específico nasceu com esse intuito também. Como já dito anteriormente, já tivemos conhecimento de outros eventos que ocorreram em outras regiões do mundo que certamente nos influenciaram. Outro ponto importante é que na sua maioria, os membros do coletivo RASH SP foram criados (e ainda são moradores) na periferia paulistana, onde os “Festivais de Futebol" foram eventos comuns na nossa infância. Participávamos desde criança, tanto para torcer pelo time do bairro, como para acompanhar todas as brigas entre torcedores e jogadores de bairros "adversários". Então pensamos também em reviver isso.

3) Um dos objetivos que eu entendo nesse festival é a luta não só dentro dos estádios mas também fora dele, contra o fascismo, a homofobia o racismo e todos as formas de preconceito.

Ser e agir como antifascista é ter uma postura dura contra toda forma de preconceito, seja nas arquibancadas, em campo, no colégio/faculdade, no local de trabalho, nas gigs, nos bares, enfim, manter essa postura no seu dia. Essa postura faz parte da militância antifascista. O festival é apenas uma das formas de difundir essa idéia.

4) Para você o que anda faltando para uma aliança forte entre o meio antifascista, em termos de organização?

Cada lugar tem sua particularidade mas de uma forma geral vejo que falta mesmo é vontade de se unir, atitudes que tenham esse objetivo, além do combate aos sectarismos. Agora, na realidade falar em organização acredito que ainda seja precoce infelizmente. Para se pensar uma cena antifascista grande e organizada ainda é uma longa caminhada.

5) Futebol e política podem andar juntos?

Tudo o que o homem faz em sociedade tem uma carga política, dessa forma futebol e política não só podem como já andam juntos, embora algumas pessoas gostem de negar isso. Aqui no Brasil acredito que o exemplo mais forte disso foi à chamada “democracia corintiana”, naquele momento futebol e política se confundiam e acabavam até por se tornar um só, isso dentro de campo e fora de campo, temos as torcidas dos times Europeus, por exemplo, onde eles atuam em combate o fascismo nas arquibancadas.

6) A pergunta que nós queremos saber, qual o seu time de coração?

Essa entrevista foi respondida por 2 pessoas do coletivo, então são dois times: São Paulo Futebol Clube e Santos Futebol Clube, porém dentro do coletivo e entre os amigos antifascistas, temos também torcedores do Corinthians, Palmeiras e Portuguesa.

7) Qual o clube mais antifascista do futebol internacional e do futebol nacional na sua opinião?

Se puder falar o por que também seria legal. Na realidade na nossa opinião não existe clube mais antifascista, o que existe são torcidas que adotam essa postura, de uma forma geral as diretorias dos clubes acabam por não adotar nenhuma postura explicita seja de que lado for. O futebol profissional há tempos é um negócio extremamente lucrativo (para os grandes clubes ao menos), e os diretores dos clubes, de uma forma geral, estão mais interessados nos lucros e negócios que podem fazer do que ter uma postura firme e coerente no âmbito político. Agora, no que diz respeito à torcida, internacionalmente podemos citar as de sempre, a do Livorno da Itália, do Rayo Vallecano da Espanha e do St. Pauli da Alemanha. Nacionalmente, podemos citar a Resistência Coral, torcida do Ferroviário de Fortaleza/CE.

8) O que é preciso para participar de um evento importante como esse?

É bom deixar isso claro! Além de entrar em contato com a organização é necessário ser e ter uma postura antifascista, pouco importa a cultura que você faz parte ou se você não faz parte de nenhuma, se você tem alguma habilidade com a bola ou é pior que um cone, se é homem ou se é mulher, sendo antifascista basta para participar.

9) Para finalizar mande o seu recado para os “Cervebolíticos” e para toda imensidão da torcida antifascista espalhada pelo mundo!

Stay Rude, Stay Rebel, Stay ANTIFA!

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